sexta-feira, 26 de outubro de 2012

ONS diz que 'não há menor hipótese' de sabotagem em apagão




Para ministro de Minas e Energia, no entanto, é preciso aguardar relatório.
Ministro prometeu 'pente-fino' na manutenção do sistema elétrico do país.

Mariana Oliveira Do G1, em Brasília

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou na tarde desta sexta-feira (26) que "não há a menor hipótese de uma sabotagem" na série de apagões verificadas no país. Segundo dados do governo, foram quatro ocorrências em pouco mais de um mês.
"Não há a menor hipótese de uma sabotagem. A hipótese seria viável se você provocasse dano do equipamento, vandalismo. O equipamento teve problema de proteção, e esse equipamento falhou. Então, não tem menor probabilidade", afirmou o diretor em coletiva de imprensa após reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
O comitê fez uma reunião extraordinária após o apagão que afetou os nove estados do Nordeste. Segundo o ONS, houve um incêndio em um equipamento entre duas subestações de energia de Colinas (TO) e Imperatriz (MA). No dia 22 de setembro houve falta de energia em seis estados da região Nordeste. No dia 3 de outubro, houve apagão nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte. No dia seguinte, cerca de 70% do Distrito Federal ficou sem luz.
O governo sabe que houve um curto-circuito, mas ainda trabalha para identificar o que provocou a falha no sistema de proteção, que possibilitou que o apagão se alastrasse.
Durante a coletiva, o ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, voltou a dizer que a situação é inesperada, mas que é preciso aguardar relatório técnico antes de falar das possibilidades para a ocorrência do apagão.
Segundo ele, um grupo de técnicos do ministério, do ONS e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) foi enviado a Colinas para averiguar o problema. Houve um curto-circuito na linha de transmissão Colinas-Imperatriz.
Mais cedo, ele já tinha dito que aos apagões em série "não são normais". Perguntado se o ministério descartava a hipótese de sabotagem no sistema elétrico, Zimmermann foi evasivo:
"É preciso primeiro esperar relatório que vem da equipe e que o ONS termine [apuração prévia]. Centenas de profissionais estão trabalhando nisso. Por enquanto, não haveria sentido [falar em sabotagem]. Então, a partir do momento que tem avaliações, poderia falar. A única coisa que se pode dizer é que são adventos difíceis de ocorrer e que no sistema interligado nunca tivemos situação como essa."
Em outro momento, o ministro disse que o governo trabalha para "aprofundar todas as alternativas". "A partir do momento que tem evento probabilisticamente raro você trabalha para aprofundar todas as alternativas, mas isso de forma serena. Por isso que hoje, preocupado com essa ocorrência que é diferente, de probabilidade baixíssima, provavelmente zero, mandar equipe para aprofundar, com fiscalização da Aneel, justamente para ter avaliação rapidamente e evitar quaisquer avaliações diferentes", disse.
Segundo o ministro, na próxima semana o ONS deve apresentar um relatório técnico sobre o episódio. A apuração mais aprofundada, fruto da verificação feita pelos técnicos do governo no local do incidente, não tem prazo para ser concluído.
O ministro interino, Márcio Zimmermann, está no cargo em razão de afastamento para tratamento de saúde do titular Edison Lobão. Zimmermann afirmou ter falado ao telefone com Lobão, e disse que o ministro manifestou preocupação com a situação. O interino garantiu ainda que a presidente Dilma Rousseff acompanha os desdobramentos dos apagões e as medidas para evitar novos problemas.

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